O Presidente do Zimbabwe, Emmerson Mnangagwa, anunciou neste fim-de-semana a suspensão de todas as tarifas sobre produtos oriundos dos Estados Unidos, numa tentativa de promover uma relação “mutuamente benéfica” com o país norte-americano.
A decisão surge como resposta às novas tarifas impostas pelo Presidente Donald Trump, que aplicou uma taxa de 18% às exportações zimbabweanas, no âmbito de uma política comercial mais protecionista.
Através de uma publicação na rede social X (antigo Twitter), Mnangagwa justificou a medida como uma forma de “facilitar a expansão das importações dos EUA para o mercado do Zimbabwe”, reforçando o compromisso do seu governo com uma abordagem diplomática baseada na cooperação.
“Embora o princípio da reciprocidade aduaneira seja válido para proteger empregos e sectores industriais nacionais, o Zimbabwe continuará a priorizar relações amigáveis com todas as nações”, afirmou o chefe de Estado.
A Casa Branca anunciou recentemente um novo pacote de tarifas, incluindo taxas adicionais para países considerados “infractores comerciais”, segundo a classificação de Washington.
Entre os países africanos afectados pelas novas tarifas estão Lesoto (50%), Madagáscar (47%), Angola (32%), África do Sul (31%), Namíbia (21%), Zâmbia (17%), Moçambique (16%), Nigéria (14%), Guiné-Equatorial (13%), RDC (11%) e Camarões (11%).
Também foram aplicadas tarifas de 10% a outras nações do continente, como Quénia, Etiópia, Gana, Senegal, Tanzânia, Uganda, Gabão, Libéria, Rwanda e Serra Leoa, a lista estende-se ainda a países lusófonos, incluindo São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Timor-Leste e o Brasil.
A decisão de Mnangagwa marca uma mudança estratégica na política económica do Zimbabwe, num contexto internacional de tensões comerciais crescentes.