A comitiva do UNICEF, liderada pelo seu representante em Angola, Antero de Pina, reuniu-se com o governador provincial no Salão Nobre do Governo, reafirmando o compromisso da organização na contenção da epidemia. Antero Pina sublinhou que o Cuanza-Sul e o Namibe constam entre as províncias com maior crescimento de casos, razão pela qual as intervenções têm sido reforçadas.
“Estamos a apoiar todo o país, mas agora voltamos a nossa atenção para estas duas províncias, que enfrentam maior propagação de casos, fruto das dificuldades que enfrentam”, afirmou.
A iniciativa faz parte de um esforço conjunto com parceiros internacionais com destaque para a Organização Mundial da Saúde (OMS), Médicos Sem Fronteiras (MSF), Cruz Vermelha de Angola, igrejas, voluntários e entidades governamentais, que permitiu reduzir a taxa de letalidade nacional de 3,8% para 3%.
Apesar da ligeira redução, Antero de Pina considerou o número preocupante, sobretudo entre crianças, por esse motivo, a organização tem realizado actividades que promovam a sensibilização da população e o acesso aos cuidados primários de Saúde.
Entre as acções em curso, destacam-se a formação de mobilizadores sociais, a distribuição de equipamentos de higiene e de testagem de cloro, produtos para tratamento de água e o envio de tendas para reforçar os Centros de Tratamento de Cólera (CTC).
Durante a visita ao hospital “17 de Setembro”, no município do Sumbe, Antero de Pina acompanhou a instalação de um novo CTC. “Com tendas modernas, ventilação adequada e divisão por zonas, a nova estrutura vai permitir um atendimento mais eficaz e organizado, melhorando a triagem e o tratamento dos doentes”, frisou.
Na ocasião, foram entregues materiais essenciais, lixívia, sabão, folhetos informativos sobre o surto, equipamentos de testagem e cloro. O representante do UNICEF anunciou, ainda, a chegada de mais tendas e camas específicas para tratamento da cólera.
“Vamos continuar a apoiar o Governo de Angola na mobilização de recursos, tanto para a aquisição de vacinas como na melhoria das condições dos centros de saúde. O sucesso depende, também, do envolvimento comunitário e da articulação entre os parceiros”, defendeu.
Dados da Direcão da Saúde referem que o Cuanza-Sul tem o registo de 1.541 casos e 49 óbitos.