A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/SIDA (UNAIDS) lançaram um alerta sério sobre as potenciais consequências dos cortes no financiamento dos Estados Unidos destinados ao combate ao vírus. De acordo com Christine Stegling, vice-directora executiva do UNAIDS, a suspensão desse apoio financeiro poderá resultar em até 6,3 milhões de mortes nos próximos quatro anos, com especial incidência na África Subsariana.
A região africana é uma das mais afectadas pela epidemia, sendo que países como Angola dependem fortemente do apoio internacional para manter os programas de prevenção e tratamento. O Plano de Emergência do Presidente dos Estados Unidos para Alívio da Sida (PEPFAR) tem sido fundamental para garantir medicamentos, diagnósticos e acompanhamento clínico. Em Angola, onde a taxa de seroprevalência é de 2%, superior à média global, o impacto do corte pode ser particularmente grave.
A interrupção de tratamentos, o aumento das mortes prematuras e o colapso nos sistemas de vigilância e acompanhamento estão entre os riscos apontados pelas organizações internacionais.
A OMS e o UNAIDS apelam ao governo norte-americano para que autorize isenções e garanta a continuidade dos serviços essenciais. Os organismos instam ainda os líderes mundiais a reforçarem o compromisso com o financiamento de programas de combate ao HIV, com vista à protecção das vidas de milhões de pessoas vulneráveis em todo o mundo.