O Presidente da República, João Lourenço, condecorou esta semana, a título póstumo, o antigo Chefe de Estado José Eduardo dos Santos, numa cerimónia marcada pelo simbolismo patriótico e reconhecimento institucional, no âmbito das celebrações das Forças Armadas Angolanas (FAA).
A homenagem teve lugar durante um acto solene que distinguiu centenas de oficiais e figuras civis ligadas à defesa e soberania nacional, com destaque para personalidades históricas e actuais que contribuíram para o fortalecimento das FAA e do Governo.
O decreto presidencial, divulgado através da página oficial da Presidência da República, justifica a decisão como parte do esforço para valorizar a carreira militar e reconhecer dirigentes e oficiais cuja actuação foi determinante para o engrandecimento das Forças Armadas e da Nação.
Além de José Eduardo dos Santos, foram igualmente homenageadas figuras como António Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, e outros nomes de peso no aparelho político-militar nacional, como Fernando Miala (chefe do Serviço de Inteligência), Francisco Furtado (ministro de Estado e chefe da Casa Militar), Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, João Ernesto dos Santos “Liberdade” e António dos Santos França “Ndalu”.
A cerimónia decorre num momento politicamente sensível, poucos dias após o general Higino Carneiro, também ele condecorado, ter anunciado a sua pré-candidatura à liderança do MPLA. Este desenvolvimento surge no contexto da sucessão partidária, dado que João Lourenço se encontra no seu segundo e último mandato presidencial, conforme estipulado pela Constituição.
A condecoração de José Eduardo dos Santos simboliza não apenas uma homenagem institucional à sua figura, mas também um gesto de reconciliação histórica dentro das estruturas do poder político e militar do país.