O príncipe Harry, apelou nesta quarta-feira, 16 de Julho, à comunidade internacional para apoiar, de forma incondicional, o processo de desminagem em Angola, com o objectivo de libertar o país das minas terrestres no mais curto espaço de tempo possível.
A declaração foi feita no final de uma visita de trabalho ao município do Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango, onde o príncipe acompanhou de perto as actividades da ONG britânica The HALO Trust, da qual é embaixador.
Harry sublinhou a importância do envolvimento de parceiros internacionais na causa humanitária da desminagem em Angola. “Queremos fazer uma história de sucesso em Angola. Os membros da comunidade internacional que ainda não fazem parte da nossa equipa devem juntar-se a nós e apoiar o trabalho que o Governo angolano e a HALO Trust estão a realizar”, afirmou.
O duque de Sussex reconheceu que o caminho ainda é longo, mas assegurou que a HALO Trust continuará comprometida com o processo enquanto houver engenhos explosivos activos no território. Destacou ainda o papel crucial dos jovens, sobretudo das mulheres, que têm abraçado a causa como sinal de compromisso com a Pátria.
Ao longo da sua estadia no Cuito Cuanavale, o príncipe Harry visitou campos minados e áreas já desminadas pela organização. Esteve também no Memorial da Vitória da Batalha do Cuito Cuanavale, onde prestou homenagem aos combatentes caídos contra o regime do apartheid, assinando o livro de honra.
Criada em Angola em 1994, a HALO Trust iniciou operações no Cuito Cuanavale em 2005. Após um período de paralisação por falta de financiamento, os trabalhos foram retomados em 2020 com o apoio do Governo angolano, que disponibilizou 60 milhões de dólares. Até ao momento, a organização já limpou mais de 17,4 milhões de metros quadrados na região.
O vice-governador do Cuando Cubango para o sector Político, Económico e Social, André Nzinga Nkula, que acompanhou o príncipe Harry na visita, apelou igualmente à mobilização de mais apoios, recordando que o Cuito Cuanavale foi um dos palcos mais intensos da guerra civil e continua a ser uma das zonas mais minadas do país.
“Sem a desminagem total, não é possível garantir segurança e impulsionar o desenvolvimento regional. Só com terrenos livres de minas poderemos atrair turistas e valorizar a nossa biodiversidade”, defendeu.
Desde 1994, a HALO Trust já removeu mais de 123 mil minas em Angola, libertando vastas extensões de terreno nas províncias de Benguela, Huambo, Cuando e Cubango, permitindo o regresso seguro das populações e a circulação de bens e serviços.