O presidente de transição e líder da junta militar no Gabão, Brice Oligui Nguema, venceu as eleições presidenciais realizadas no sábado, 12 de abril, com 90,35% dos votos, de acordo com os resultados provisórios anunciados neste domingo pelo ministro do Interior, Hermann Immongault, em conferência de imprensa na capital, Libreville.

O segundo candidato mais votado foi o antigo primeiro-ministro Alain-Claude Bilie-By-Nze, com apenas 3,02% dos votos, os restantes seis candidatos não ultrapassaram a marca de 1%, segundo noticiou a agência Efe.

A eleição marca formalmente o fim da dinastia Bongo, que governava o país desde 1967, primeiro sob Omar Bongo (1967–2009) e, depois, sob o seu filho, Ali Bongo Ondimba (2009–2023).

O regime foi interrompido em 30 de Agosto de 2023, quando Brice Oligui Nguema, então brigadeiro-general, liderou um golpe de Estado poucas horas após a divulgação oficial dos resultados das últimas eleições.

Os militares justificaram a acção com alegações de fraude eleitoral e irregularidades no processo. Na sequência do golpe, Oligui Nguema foi empossado como presidente de transição, prometendo restaurar a ordem constitucional, o que culmina agora na sua eleição formal.

Apesar de ser um dos países africanos com maior rendimento ‘per capita’ cerca de 9 mil dólares, o Gabão enfrenta profundas desigualdades sociais. Segundo dados da ONU, 44,7% da população vive abaixo do limiar da pobreza, e a taxa de desemprego atinge os 30%.