De acordo com a Lusa, que cita, a agência de informação financeira Bloomberg, Moçambique foi o último país africano a conseguir descer a diferença entre a sua taxa de juro e a dos títulos de Tesouro dos Estados Unidos para menos de mil pontos-base, o valor considerado de referência para decretar uma crise da dívida.
A década de endividamento generalizado que começou em 2015, assente em empréstimos baratos e políticas orçamentais expansionistas, culminou durante os anos da pandemia de covid-19, quando a Zâmbia, Gana, Maláui e Etiópia entraram em incumprimento financeiro, não pagando os cupões de dívida devido à pressão das despesas com a saúde.
Desde o final da pandemia, a situação económica em África melhorou, com os níveis de dívida pública em função do PIB a estabilizarem à volta dos 60%, a inflação a descer de forma sustentada e, ajudados por programas específicos das instituições internacionais financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Zâmbia e o Gana conseguiram reestruturar a sua dívida e recuperar o acesso aos mercados internacionais.