Cultura

DYA KIMUEZO CELEBRA 89 ANOS COM SENTIMENTO DE GRATIDÃO

- 03 de janeiro de 2025, publicado porAlbertina Gouveia
 DYA KIMUEZO CELEBRA 89 ANOS COM SENTIMENTO DE GRATIDÃO

O artista, em declarações ao Jornal de Angola, à margem do momento de comemoração ao lado de familiares e amigos, mostrou-se feliz pelo marco atingido e desejou, daqui para a frente, continuar a somar e aproveitar o momento ao lado das pessoas que ama.

‎A esposa, Susana Cadete Francisco, disse sentir-se satisfeita, porque nem todos têm o privilégio de chegar aos 89 anos.

 “Deus lhe deu essa permissão, e continuo a pedir para que lhe guie por mais anos de vida, que vão ser aproveitados ao lado da sua família”, afirmou.

‎Uma das amigas de longa data do Rei da Música Angolana, que marcou presença na residência do artista, para felicitá-lo, foi Mamã Kwiba. A Diva do Povo, como também é conhecida, aproveitou para testemunhar que Elias dya Kimuezo, enquanto jovem, foi bem comportado, possuindo, sempre, uma imagem de um cantor promissor.

‎Naquela época, afirmou, já vinham a Angola músicos brasileiros de renome, mas quando Elias dya Kimuezo subia ao palco, o povo estava aí, muito mais eufórico, para apoiar e valorizar o que era nacional.

“Elias dya Kimuezo é, sem dúvidas, um dos símbolos deste grande país, por isso desejo que Deus o cuide, de forma a permanecer muito mais tempo do nosso lado”, disse.

‎Por outro lado, a jornalista e actriz Aminata Goubel “Mamã África considerou Elias dya Kimuezo um pai para si e um homem de cultura, que sempre acompanhou enquanto menina no Marçal e no Rangel, onde cresceu.

‎O grande Elias, continuou, sempre defendeu a língua nacional, cantando em Kimbundo, usando panos e missangas. “Para mim, ele é um grande legado, que bebi, porque o que me tornei hoje também tem muita influência do grande Rei da Música Angolana”, afirmou.

Aniversariante real

Elias José Francisco, de nome artístico Elias dya Kimuezo, nasceu a 2 de Janeiro de 1936, numa a casa no Bairro Marçal, em Luanda. Começou a carreira artística em 1950, no grupo “Ginásio”, como compositor.

Em 1956, apareceu como intérprete e tocador de bate-bate, no conjunto Kizomba, do município do Sambizanga. Na época fundou o conjunto Dikindus, constituído por operários fabris. Era o vocalista principal. Teve ainda passagem pelos Makezos e os Kizombas, conjunto que tocava no Salão Malanjinho, no Bairro Sambizanga.

No início da carreira artística, Elias dya Kimuezo ganha popularidade por usar a língua kimbundu como forma de expressar os seus sentimentos. No ano de 1969, foi a Portugal com o grupo Rebita, onde teve a oportunidade de participar num concurso musical em Santarém, no qual Angola obteve o segundo lugar.

Dando sequência aos êxitos conquistados, Elias fez um contrato com a editora Valentim de Carvalho, com a qual gravou três LP, com destaque para “Etiqueta Angola”, que teve a participação dos músicos Ruy Mingas, Teta Lando e Barceló de Carvalho “Bonga”. Gravou cinco singles.

O titulo de Rei da Música Angolana vem da década de 60, quando o Centro de Informação e Turismo de Angola (CITA) o consagrou Rei da Música Folclórica Angolana. A UNAC e o Ministério da Cultura reconfirmaram o título de Rei da Música Angolana. A escritora Marta Santos lançou, em 2012,o livro ‘Elias Dya Kimuezo – A voz e o percurso de um povo”.

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