O documento prevê que os médicos namibianos possam actuar em Angola e os angolanos na Namibia , para além de promover a livre circulação de profissionais e a partilha de experiências clínicas entre os dois sistemas de saúde.
A bastonária da Ordem dos Médicos de Angola, Elisa Gaspar, disse que mais de 70 médicos namibianos já estão a tratar a documentação necessária para trabalhar em território nacional, o que representa um passo importante no intercâmbio médico entre os dois países.
Elisa Gaspar referiu que este mecanismo de relações vai permitir igualdade de tratamento, tal como acontece com os profissionais estrangeiros que actuam livremente em Angola, desde que inscritos na Ordem.
“Recebemos médicos de vários países que trabalham livremente em Angola, muitos abrem clínicas e prestam serviços sem restrições. Os nossos médicos, no entanto, não têm as mesmas facilidades em outros países. Precisamos mudar esse cenário”, reforçou a bastonária.
A Ordem dos Médicos de Angola espera que esta iniciativa sirva de exemplo para relações mais justas e equilibradas no exercício da medicina em toda a região da África Austral.
Elisa Gaspar disse que Angola é membro da Southern Africa Development Community Qualifications Authority (SADEQA), mas esteve ausente das reuniões do órgão durante vários anos. Regressou no presente mandato e tem reforçado o diálogo com os países vizinhos, como a Namíbia.
“A Namíbia quer trazer médicos para se inscreverem na nossa Ordem. Nós também temos o direito de nos inscrevermos naquela instituição congénere”, afirmou a bastonária, defendendo que a reciprocidade deve ser um princípio a ser respeitado nas relações profissionais regionais. A bastonária avançou que as conversações entre Angola e Namíbia, iniciadas em 2024, atingiram agora um ponto alto com o estabelecimento de uma parceria que permitirá a inscrição mútua de profissionais nas ordens dos dois países.
O bastonário da Ordem dos Médicos da Namíbia, Wilson Benjamin, realçou que a cooperação vai trazer melhorias para o sector da Saúde e o bem-estar da população. “Vamos trabalhar para obtermos avanços significativos, pois somos um povo vizinho com boas relações”, frisou.
