“Há uma linguagem que usou na sua introdução, que é preciso soluções de índole político e não policiais e militares, mas também podia dizer não legais, porque, às vezes, quando se toma uma medida política, às vezes abandona-se a lei e essa lei é o que nos amarra”, defendeu o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, respondendo aos empresários que sugeriram soluções políticas para ultrapassar a crise pós-eleitoral.
Ao sector privado empresarial do país, Nyusi afirmou que tem realizado várias reuniões na busca de soluções para a crise pós-eleitoral caracterizada por manifestações e paralisações, num cenário em que as "muitas sensibilidades conflituam" nas suas propostas.
Os empresários moçambicanos pediram a Filipe Nyusi medidas para colocar fim ao "vandalismo" das instituições e levarem à restauração da paz com soluções políticas. "Entendemos que a solução para a presente crise só pode ser política e não de qualquer outra natureza, muito menos a militar, a policial ou de outro tipo de pressão", declarou o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Agostinho Vuma.
O candidato presidencial Venâncio Mondlane afirmou ontem que o recurso apresentado ao Conselho Constitucional "apresenta fortes fundamentos" da sua "vitória inequívoca", pelo que rejeita a possibilidade de repetição das eleições gerais de 09 de Outubro. "Temos um recurso que está nas mãos do Conselho Constitucional que apresenta fortes fundamentos de uma vitória inequívoca de Venâncio Mondlane e do Podemos (partido que suporta a sua candidatura), por que optaríamos pela repetição", questiona o candidato, numa resposta escrita à agência Lusa.
"Isso iria beneficiar o infractor e abria um terrível precedente: sempre que houvesse indício de se ter perdido eleições bastava cometer uma série de ilícitos para que as eleições fossem continua e infinitamente anuladas. A Frelimo quando diz que ganhou, não se anula, proclama-se, outros partidos quando ganham parte-se para anulação", ironizou, na mesma resposta.
Dois dos quatro candidatos presidenciais, Lutero Simango (MDM) e Ossufo Momade (Renamo), já exigiram a anulação do processo eleitoral e a repetição das eleições, alegando fraude e diversas irregularidades.