Natural da Lunda Sul, Suena contou que começou a empreender muito cedo, influenciada pelo exemplo da mãe e da irmã. Em 2013, iniciou a produção e distribuição de picolés nas escolas do distrito urbano do Kilamba. Dois anos depois, tornou-se uma das primeiras mulheres a abrir uma loja de cabelos na Lunda Sul. Já vendeu pipocas, frutas, fardos e até abriu uma cozinha para vender refeições, demonstrando versatilidade e determinação.
“Por experiência da minha mãe e irmã, comecei a empreender muito cedo. A minha família é tudo o que tenho, é suporte e base. Tudo o que sou e tenho hoje devo ao apoio deles”, afirmou, revelando que assumiu responsabilidades desde os 16 anos.
Fundadora da Pwobusiness Angola, oficial de migração e mulher de fé, Suena descreve-se como uma pessoa realizada: “Sou sim bem-sucedida. Tenho o colo e o abraço da minha família, a companhia dos meus filhos e do meu marido, saúde e comida na mesa. Isso é o meu sucesso. Sucesso não é apenas bem material”.
Durante a conversa, abordou também os desafios da tributação em Angola. Segundo Suena, os impostos variam consoante o tipo de actividade, e muitos empreendedores desconhecem as regras.
“As empresas são taxadas em função do que vendem. Muitas vezes, os impostos não são cobrados directamente pela AGT, mas por via das suas actividades”, explicou.
Sobre o acto de empreender, foi clara: “Empreender por empreender é enterrar dinheiro. É preciso estudo de mercado. Empreender é um grande desafio e nem todas as mulheres nasceram para isso.”
Ao reflectir sobre o percurso, disse: “Se eu soubesse tudo o que sei hoje, estaria num grande escalão. Já estaria como uma
Isabel dos Santos. Pelo tamanho dos empreendimentos que já fiz, eu já devia estar mais à frente.”
A entrevista foi uma verdadeira aula de perseverança, visão estratégica e força feminina, mostrando que, apesar dos desafios, é possível alcançar o sucesso com fé, coragem e apoio familiar.