No início da sua trajectória, enfrentou resistência dentro da própria casa. O seu pai, por não ver credibilidade na profissão artística, não o apoiava. No entanto, com o pouco que ganhava, Kikuassa contribuía com bens alimentares para o sustento da família. Esse gesto acabou por conquistar a confiança do pai, que passou a acreditar na escolha profissional do filho.
Durante a conversa, o humorista destacou as dificuldades financeiras associadas ao teatro em Angola: “O teatro não dá dinheiro. Tudo isto é apenas amor à camisola. Quem trabalha com arte tem consciência disso,” afirmou. Para ilustrar, revelou que o primeiro pagamento do grupo Os Tuneza foi “um prato de mufete”.
Foi num espectáculo no espaço Miami, em Luanda, que o grupo teve a sua primeira grande oportunidade, abrindo caminho para uma carreira sólida. Questionado sobre o segredo para a longevidade dos Tuneza, Kikuassa sublinhou: “A irmandade, a familiaridade e o temor a Deus são os factores que nos tornaram mais fortes. Só assim conseguimos atingir altos patamares.”
Orlando também destacou o papel fundamental de Pedro Nzagi e Kayaya Júnior no crescimento do grupo: “Foram os guardiões do grupo. Ajudaram a alavancar a nossa carreira e a criar pontes com outros artistas,”.
Sobre o seu papel nos Tuneza, foi claro: “Eu sou o pilar do grupo. A minha calmaria ajuda a resolver conflitos internos. Escrevo as peças e as falas de cada integrante. A calma, a humildade e a paciência têm-nos levado cada vez mais longe.”