O projecto, que está a ser executado pela ONG Missão de Beneficência Agropecuária do Kubango, Inclusão, Tecnologia e Ambiente (MBAKITA), está avaliado em cerca de 50 mil dólares (43,3 milhões de kwanzas) e será desenvolvido num período de um ano.
O director executivo da MBAKITA, Pascoal Baptistiny Samba, explicou que os beneficiários deste projecto têm idades compreendidas entre 19 e 55 anos,e serão agregados em cooperativas.
Para o êxito do programa, os apicultores tradicionais que já desenvolvem a actividade serão munidos de técnicas de processamento, higienização, conservação, empacotamento e comercialização do mel.
O projecto inclui a formação de 12 apicultores que vão ser treinados em floricultura e que serão responsáveis pela gestão de viveiros para reflorestar as zonas de exploração e instalar uma pequena unidade de processamento de mel.
Para além dos ciclos de treinamento, os apicultores que já praticam esta actividade de forma artesanal vão beneficiar também de colmeias modernas, que irão duplicar a produção para cerca de 12 mil quilos de mel por ano, tornando o município de Menongue no principal produtor do produto, a nível do Cuando Cubango.
Os participantes aprimoraram "novas práticas, que vão incidir no uso das colmeias modernas, deixando de utilizar os métodos artesanais, como forma de cuidar das abelhas durante a extracção ou colheita do mel sem usar os métodos artesanais, utilizando o fogo para queimar as abelhas durante este processo”.
Com os novos métodos de produção,os apicultores vão evitar os constantes incidentes derivados das picadas das abelhas, assim como reduzir as taxas de desmatamento e queimadas anárquicas, com base na educação ambiental das famílias, apostando na economia de conservação e combate à pobreza, valorizando os produtos florestais não madeireiros, sobretudo o mel, de modo a melhorar os meios de subsistência das comunidades.
No Cuando Cubango, apesar da produção do mel se encontrar em crescimento, tanto formal como informal, continua a ser desenvolvida de maneira desenfreada, sendo que a desmatação, em que as queimadas constituem possivelmente o principal agente da destruição, provoca o desequilíbrio dos ecossistemas.
"A apicultura é uma actividade indispensável para a actividade da agricultura familiar de base ecológica”, disse, acrescentando que o uso sustentável dos recursos naturais, particularmente as florestas, é imperioso, visto que para uma minoria de apicultores estas actividades são a base das receitas para a subsistência. A formação e legalização de cooperativas de apicultores durante a vigência do projecto vai contar com a assistência do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) e do Gabinete Provincial do Ambiente.
